3 razões para as mulheres viverem mais do que os homens

No Brasil, a expectativa de vida feminina é sete vezes maior do que a masculina

27/04/2019

As mulheres brasileiras vivem, em média, sete anos a mais do que os homens --sua expectativa de vida é de 80 anos, contra 73 entre eles, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Qual será o segredo delas para estenderem tanto sua longevidade? A BBC Brasil lista três razões principais --confira a seguir.

 

A genética favorece

Os cromossomos X contêm muitos genes que ajudam a prolongar a vida --enquanto as mulheres têm um par de X, os homens têm um X e um Y. "Se você tem um defeito genético no cromossomo X e é uma mulher, tem uma 'cópia de segurança'. Mas se é um homem, não tem essa cópia", explica o geneticista David Gems. Isso se aplica também às aves, mas ao contrário, pois os machos é que têm duas cópias do cromossomo X, e por isso vivem mais do que as fêmeas.

 

Hormônio antioxidante

O estrogênio, que é um hormônio sexual feminino, atua como um antioxidante no organismo, ou seja, impede o envelhecimento das células. Ele também facilita a eliminação do colesterol ruim, o que reduz o risco de doenças do coração. Além disso, experimentos feitos com animais mostram que as fêmeas que não têm muito estrogênio tendem a viver menos do que as possuem um bom nível desse hormônio. Por outro lado, a taxa de mortalidade dos homens sobe quando se elevam seus níveis de testosterona, o que pode ser resultado do fato de esse hormônio estimular comportamentos mais arriscados e violentos.

 

Cuidado com a saúde

Um fator comportamental para a longevidade feminina é que elas vão ao médico com maior frequência do que os homens. Outros cuidados, como fumar e beber menos e se alimentar melhor também explicam essa diferença. Na Rússia, por exemplo, os homens vivem 13 anos a menos do que as mulheres devido a seu alto consumo de álcool.

Quando se consideram os fatores comportamentais, a tendência é que, no futuro, a diferença entre a expectativa de vida de homens e mulheres seja menor. "A queda no consumo de álcool e tabaco tem beneficiado majoritariamente os homens, que tendem a beber e fumar mais que as mulheres", disse o professor de estatística Les Mayhew ao The Guardian.

Ele também destaca os avanços na prevenção e no tratamento de doenças cardíacas, que são mais frequente entre os homens. Outro ponto é que as mortes relacionadas a acidentes de trânsito estão diminuindo em muitos países, e isso pode elevar a expectativa de vida dos homens, que são quem hoje mais morre nesse tipo de acidente.

BBC Brasil

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