Expectativa de vida: por que as mulheres vivem mais?

A expectativa de vida para homens, em 2018, chegou a 72 anos e cinco meses. Já para as mulheres, foi para 79 anos e quatro meses.

22/04/2020

A idade máxima atingida pela espécie humana é geneticamente determinada, mas a expectativa de vida individual de uma pessoa não se deve apenas aos seus genes. A alimentação e outros fatores ambientais têm grande influência na duração da vida. Em conjunto com os genes, eles determinam, por exemplo, quantos radicais livres, que agridem as células, são formados durante a geração de energia; com que eficiência são neutralizados, e em que medida os danos podem ser reparados.

Nas moscas, minhocas e ratos, foram encontrados diferentes genes que influenciam a duração da vida. Ao alterar a atividade de tais “genes matusalém”, os pesquisadores conseguiram prolongar consideravelmente a vida dos animais.

Por meio da análise de segmentos de DNA, os cientistas estão tentando descobrir um “gene da longevidade”

A ativação dos genes nos ratos acarretou alterações metabólicas similares às obtidas por meio de uma dieta prolongadora da vida. Também foram encontrados genes correspondentes no ser humano. Portanto, alguns pesquisadores acreditam que, no futuro, também seja possível prolongar a vida humana por meio de novas substâncias ativas.

Expectativa de vida: no Brasil, é de 79 anos para as mulheres e 72 anos para os homens

A idade máxima atingível não mudou na Era Histórica, e provavelmente é igual para todos os grupos étnicos. O que aumentou muito desde o final do século 19, nos países industrializados, foi a média da expectativa de vida. Devido às melhores condições de vida, hoje em dia, no Brasil, a expectativa de vida para homens, em 2018, chegou a 72 anos e cinco meses. Já para as mulheres, foi para 79 anos e quatro meses, segundo dados do IBGE.

Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

As mulheres vivem, em média, sete anos a mais do que os homens. Esta diferença é menos acentuada em alguns países em desenvolvimento. Nos países industrializados, em qualquer faixa etária os homens apresentam um risco maior de morrer do que as mulheres. Isto se aplica, principalmente, aos adolescentes e às pessoas com mais de 60 anos. Tal fenômeno já foi atribuído a causas biológicas, como, por exemplo, os hormônios sexuais.

Mas estudos demonstraram que os monges ficam quase tão velhos quanto as freiras e outras mulheres. Portanto, no que diz respeito à idade atingível, aparentemente o estilo e as condições de vida desempenham um papel mais importante do que as diferenças genéticas.

É provável que a expectativa média de vida dos homens diminua em comparação com a das mulheres pelo fato de eles – ao menos além dos muros dos mosteiros – correrem mais riscos e serem mais sobrecarregados pelo estresse e pelo trabalho, em geral. Talvez a consciência de saúde menos desenvolvida na maioria dos homens também tenha um certo peso.

Qual a idade máxima atingível pelo ser humano?

O máximo que uma pessoa pode viver deve ser em torno dos 125 anos. Entretanto alguns cientistas acreditam que este limite ainda poderia ser estendido por mais 10 ou 15 anos. A pessoa que mais viveu até hoje, uma francesa, morreu em 1997 com 122 anos. Em 1933, o New York Times anunciou a morte de um chinês que teria chegado aos 253 anos. Mas, hoje em dia, estes e outros relatos sobre recordes de idade não são considerados fidedignos.

Por que os ascetas, em geral, ficam muito velhos?

Além dos genes, a alimentação exerce grande influência na expectativa de vida. O que já foi comprovado em diversos experimentos com animais, parece aplicar-se também aos seres humanos: uma redução de 20% a 30% da ingestão calórica – no caso de uma alimentação balanceada – desacelera o processo de envelhecimento.

Tal dieta contínua diminui o metabolismo e parece reduzir a quantidade das ligações agressivas de oxigênio formada neste processo – os chamados radicais livres. Dessa forma, o risco de inflamações crônicas diminui, e o coração e os vasos sanguíneos permanecem saudáveis por mais tempo.

Mas é preciso cautela ao seguir essa dieta sem acompanhamento médico, devido ao perigo de se deixar de ingerir nutrientes essenciais para a vida em quantidades suficientes.

Por Thaís Garcez - Seleções

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