Na busca de melhores talentos, não se esqueça dos que têm mais idade

Um recrutador veterano compartilha sugestões sobre a contratação desse valioso e cada vez maior segmento da força de trabalho

21/08/2019

Um recrutador veterano compartilha sugestões sobre a contratação desse valioso e cada vez maior segmento da força de trabalho

Por Kellogg Insight

access_time2 jul 2019, 18h26 - Publicado em 2 jul 2019, 11h00

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Idoso no computador

Com o desemprego nos EUA chegando ao menor índice em 50 anos, as empresas estão adotando estratégias criativas para encontrar talentos, que vai desde a contratação de pessoas com antecedentes criminais até alunos formados pelo ensino médio. A Apple, Google e IBM estão entre as empresas que afirmam ter mudado suas práticas de contratação, valorizando mais as habilidades do que as credenciais.

Entretanto, um segmento da população permanece relativamente inexplorado: adultos mais velhos. A previsão para os próximos cinco anos é que empregados com 65 anos de idade ou mais representarão um segmento crescente da força de trabalho à medida que a expectativa de vida continue aumentando e os “baby boomers” adiam se aposentar.

De acordo com Jeff Hyman, professor adjunto de administração e organizações da Kellogg School e diretor de talentos da empresa de recrutamento Strong Suit Executive Search, esse grupo pode oferecer mais valor do que a maioria das empresas presume. Eles tendem a ser experientes, leais, automotivados e, em alguns casos, mais eficientes do que os trabalhadores com metade da sua idade.

“Há muito mais talentos disponíveis entre os trabalhadores mais velhos do que em algumas das faixas etárias mais jovens”, diz Hyman. “Assim, definitivamente vale a pena incorporá-los em todas as estratégias de contratação”. Hyman oferece sugestões às empresas que pensam em conquistar esse grupo de talentos.

Ignore mitos e equívocos

O conceito tradicional de vida composto de três estágios – formação, depois trabalho e, em seguida, a aposentadoria – está sendo substituído por uma vida de múltiplos estágios, na qual a formação, o trabalho e o tempo gasto fora da força do trabalho se misturam. Isso significa que os gerentes de contratação devem ser mais “agnósticos quanto à idade” em sua abordagem.

No entanto, algumas empresas hesitam em contratar trabalhadores mais velhos. Hyman diz que o motivo é que há muitos equívocos sobre a eficácia e a motivação dos trabalhadores mais velhos e também sobre o custo para uma empresa recrutar, contratar e reter esse segmento.

Talvez o mito mais comum é que trabalhadores mais velhos são lentos. “Eu não encontrei nenhuma evidência para a veracidade desse mito”, diz Hyman. “Conheço pessoas nos seus sessenta anos que são tão energéticas quanto uma de trinta. As pessoas estão vivendo mais e se cuidando melhor”.

É verdade que eles não são “digitais natos”, mas as pessoas mais velhas usam tecnologia o tempo todo em quase todos os aspectos de suas vidas, de serviços bancários online até videoconferências.

“É possível que você não contrate um desenvolvedor de software de 75 anos, mas não é esse o ponto principal. Na maioria das funções, a pessoa só precisa aprender uma versão de uma tecnologia comum e aplicá-la”. Diz Hyman. “Há vinte anos talvez não tivesse sido fácil encontrar alguém assim, mas não é mais o caso hoje. Tudo mudou”.

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