Namoro na terceira idade evita depressão e melhora a saúde

“Muitas vezes o namoro na terceira idade não é bem aceito pelos familiares. Porém, antes de julgar, é preciso pensar que todos nós vamos envelhecer e nosso desejo até o fim da vida é ser amado por alguém”

25/01/2019

Maya Santana, 50emais

Embora seja difícil a gente se apaixonar depois dos 60/65, concordo com este artigo publicado pelo Globo: namorar, sobretudo nessa etapa da vida, pode ser altamente estimulante, gerar energia forte, capaz de impulsionar a nossa vontade de viver. A internet tem sido o principal veículo, através dos muitos sites de namoro, que vem unindo casais. É cada vez maior o número de pessoas que encontram parceiros ou parceiras na rede. uQuando o relacionamento dá certo, contribui em muito para a manutenção de um estado emocional mais estável.

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Se apaixonar não é uma exclusividade para adolescentes e jovens adultos. Com um envelhecimento ativo, é cada vez mais comum encontrar um parceiro na terceira idade. O namoro nesta fase da vida pode ajudar a combater a depressão, aumentar a autoestima e a melhorar qualidade de vida.

De acordo com a psicóloga Maria Luisa Francischetto Travaglia, o envolvimento afetivo na terceira idade pode contribuir para o aumento na vontade de viver e para a manutenção de um estado emocional mais estável. “O namoro tende a reduzir os problemas de saúde, pois quando estamos apaixonados, assim como qualquer jovem, temos o desejo de nos cuidar, resgatando uma vaidade que, muitas vezes, se perdeu ao longo da vida. Além disso, ter com quem partilhar alegrias ou amenizar angustias faz a vida ser mais leve e ter mais sentido”.

Apesar das vantagens, é preciso ter cautela no início da relação. A profissional explica que muitos idosos buscam um parceiro por se sentirem sozinhos, por isso, é importante conhecer bem o pretendente, avaliar afinidades, diferenças e vivenciar cada etapa em seu tempo. Ainda assim, os familiares devem entender que, apesar de mais velhos, cada um deve ser responsável suas próprias escolhas.

“Muitas vezes o namoro na terceira idade não é bem aceito pelos familiares. Porém, antes de julgar, é preciso pensar que todos nós vamos envelhecer e nosso desejo até o fim da vida é ser amado por alguém. O alerta para a família é sobre sexo, que também pode ser vivenciado na terceira idade, mas é importante que mantenham o diálogo sobre a necessidade do uso de preservativo, já que na época em que eram jovens não se tinha tanto acesso as estas informações”, orienta Maria Luisa.

Conhecendo novas pessoas
São diversas as formas de conhecer novas pessoas. Os encontros podem acontecer em reuniões religiosas e até em sites de relacionamento. “É importante ampliar seu ciclo de amigos, frequentando grupos da faixa etária, excursões, atividades comunitárias. Hoje também existem os sites e aplicativos de relacionamento, alguns próprios para terceira idade. Se apaixonar e se envolver é consequência de bons encontros, bons momentos que acontecem sem dia e hora marcada, por isso, o ideal é respeitar o desejo do próximo e permitir que vivencie o momento, prezando sempre pelo respeito”, pondera a psicóloga.

Se for o caso de um reencontro com uma paixão da juventude, a dica é lembrar que o tempo passou para os dois, por isso, é importante lembrar que a pessoa pode não ter mais o mesmo jeito e pensamento de antes.

“Podemos reviver uma paixão. O tempo passou, ambos tiveram novas experiências, talvez tenham constituído família e esse dinamismo não pode se tornar barreira para a relação continuar. Sobre o que foi vivido, só precisamos contar o que entendermos necessário. Afinal, nos apaixonamos pelo que a pessoa é, e o seu passado faz parte desta construção”, avalia.

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