Viver bem na velhice exige investir na saúde e bons relacionamentos

Pesquisa: 37% da população não pensam sobre o próprio envelhecimento

06/11/2017

Por Andrea Miramontes, do R7

O Brasil está envelhecendo, porém, quase metade da população não está preocupada com o bem-estar na velhice. É o que pesquisa realizada com 2.000 pessoas, em dez capitais do País, pela SBGG-SP (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia São Paulo), em parceria com a Bayer, realizada com pessoas acima de 55 anos, em São Paulo, mostra que 37% simplesmente não pensam sobre o próprio envelhecimento. 

Porém, para se ter uma vida saudável na terceira idade é preciso ter planejamento em longo prazo — que vai além de uma alimentação saudável ou atividade física. É necessário ter bons relacionamentos e planejamento financeiro. 

O País passa pela "Revolução da Longevidade" com mais idosos, por isso, devem desenvolver os cuidados necessários para viver melhor e com saúde, afirma o presidente do Centro Internacional da Longevidade no Brasil, Alexandre Kalache.

— Quanto mais cedo, melhor, e nunca é tarde demais. Envelhecer é uma novidade. É preciso cuidar desde agora de vários pontos da vida além da saúde, como o lado financeiro, de conhecimento e manter o contato com as pessoas, não se isolar com o tempo.

Entre os principais segredos é manter bons relacionamentos, destaca a presidente da SBGG-SP, Maisa Kairalla. No levantamento realizado pela Bayer, a maioria das pessoas (29%) respondeu que o principal medo do envelhecimento é ter medo de ficar sozinha. Na questão sobre a "primeira coisa que vem à cabeça" ao pensar no como estará quando mais velho, as pessoas responderam "abandono".

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), em 50 anos o número de idosos vai mais do que triplicar. Das 24 milhões de pessoas com mais de 60 anos em 2015, o País pulará para 78 milhões, em 2065. Isso se deve ao aumento na expectativa de vida. Se em 1945 a idade máxima era 43 anos, em 2012, as pessoas vivem até os 75 anos, em média, segundo o IBGE.

"Estreei na velhice. Agora, não me obrigo mais a fazer as coisas"
Marília Gabriela, jornalista

A jornalista Marília Gabriela concorda que deve-se ter planejamento para viver a velhice. Pela primeira vez, recentemente, ela assumiu ter entrado na terceira idade e quer dedicar à família.

— Estreei na velhice. Agora, não me obrigo mais a fazer as coisas. Continuo com projetos, mas sem a obrigatoriedade do trabalho". 

Viver bem e conservar a beleza

"Se o viver bem for também bonito, muito melhor", ressalta a dermatologista Andrea Godoy. E as dicas para isso são mais simples do que se imagina, como um bom sono.

 Porém, o sono do paulistano não está bom. A mesma pesquisa mostra que 55,4% dos entrevistados confessaram que não conseguem dormir bem. 

A dica da especialista é deitar-se e acordar sempre nos mesmos horários. "Durma no escuro e em silêncio, para que os hormônios reguladores do sono, do stresse e, consequentemente, da beleza, sejam produzidos satisfatoriamente", completa.

Praticante e estudiosa de ioga, há quase 15 anos, ela lembra que meditar faz maravilhas para a mente, além de retardar o envelhecimento.

— Ajuda a memória, a capacidade de tomada de decisões, diminui o surgimento de marcas de expressão e reduz o stress, que se traduz em menos radicais livres, e, consequentemente, na melhora o sistema imunológico.

Na pele, ela relembra velhos conhecidos, como evitar o sol nos horários de pico, usar protetor solar regularmente, lavar, hidratar a pele e procurar um dermatologista pelo menos nas trocas de estações, para tratamentos de renovação celular e avaliação de pintas.

Atividade física também é  está entre os cuidados para manter músculos tonificados, equilíbrio e atividade cerebral em dia. Na pesquisa, 27 % dos entrevistados disseram não praticar atividade física. Apenas 12,5% fazem algo quatro vezes por semana.

O preparador físico e coordenador de ginástica da academia Competition, em São Paulo, Silvio Rodrigues, relembra que não existe idade mínima para começar e sempre é tempo.

"Além de viver bastante, devemos viver bem. Se esse bem for bonito, melhor"
Andrea Godoy, dermatologista]

"Há aulas de natação para bebês a partir de seis meses de idade. Nunca é cedo ou tarde para iniciar e colher benefícios. O mais importante é a preservação da independência e autonomia nas atividades do cotidiano, para manter a capacidade de realizar atividades sem a ajuda de outras pessoas por um tempo maior", aconselha o profissional.

"A atividade física gera benefícios a sistemas que se comprometem na terceira idade, como controle da pressão arterial, capacidade cardiovascular, respiratória e mobilidade. Tudo isso cotrolado, há menor risco de doenças".

De acordo com Rodrigues, o objetivo é evitar o declínio das habilidades física e motoras. "Auxilia a manutenção da capacidade funcional, promovendo boa manutenção dos sistemas fisiológicos por um tempo muito maior", finaliza o preparador físico.

Fonte: R7

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