Aos 88 anos, o ator dirige e protagoniza o filme “A mula”, no qual trabalha para traficantes
Há dez anos, muitos críticos acharam que Clint Eastwood estava se despedindo dos sets com o magistral “Gran Torino”. Ledo engano. Aos 88 anos, ele dirige e protagoniza “A mula”, que estreia em breve por aqui, e mantém o galã Bradley Cooper como mero coadjuvante no papel do detetive que está em seu encalço. No filme, é Earl Stone, um homem que envelheceu distante da família, mais interessado em cultivar e desenvolver novas espécies de flores. Colhido pela crise (a venda pela internet derrete seu negócio), tem que despedir os ajudantes e abandonar sua casa. Primeiro para sobreviver, e depois para ajudar os amigos e ter dinheiro de sobra, transforma-se em mula, levando drogas para traficantes mexicanos em sua velha caminhonete – trocada depois por um modelo reluzente de novo. Afinal, quem desconfiaria de um nonagenário ao volante?
Clint Eastwood como Earl Stone: nonagenário se torna mula e transporta droga para o cartel mexicano — Foto: Divulgação
O problema é que, por não despertar suspeitas, Earl se torna extremamente conveniente para o cartel, que tem planos de transformá-lo em sua principal mula. O cerco se fecha ao mesmo tempo em que ele tem a derradeira chance de se reaproximar da família e resgatar os laços afetivos que, ao contrário das flores, não cultivou durante décadas. Contar mais entrega a trama, mas uma curiosidade: sua filha na vida real, Alison Eastwood, faz esse papel na tela. No entanto, o mais impressionante é ver Clint em ação. Ele inclusive não se furta de exibir as marcas da velhice do seu corpo numa cena de sexo com duas prostitutas. Sem camisa, mostra o torso flácido, mas o recado é claro: Earl/Clint está bem vivo.
O astro, que completará 89 anos em maio, é fascinante não só pela longa trajetória marcada por trabalhos memoráveis, mas pela vitalidade que o faz encarar a direção de praticamente um filme por ano. Para lembrar, seus últimos trabalhos, desde 2014, foram: “Jersey Boys”, “Sniper americano”, “Sully” e “15h17: trem para Paris”. A lição que fica é que velhice não é sinônimo de fim do prazo de validade. Afinal de contas, se há prazer e vontade, parar por quê?
Mariza Tavares - G1
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